Por Carliendell Magalhães
Algo notório à sociedade amapaense hoje, é que estudantes e trabalhadores, bem como os mais diversos usuários do transporte coletivo iniciaram ultimamente uma batalha contra um possível aumento na tarifa e principalmente contra as péssimas condições do transporte público municipal e intermunicipal (Macapá-Santana) que representa uma das rotas mais desumanas atualmente. Há que ressaltar que essa pauta é histórica e nacional. Desse modo, pode-se perceber a falta de compromisso do poder público para com esse assunto.
Considerando essas predefinições, os estudantes, aqui no Amapá, com a ajuda de diversas entidades e segmentos sociais, já organizaram e executaram dois atos públicos de caráter pacífico em menos de um mês nesse primeiro semestre de 2010, demonstrando suas indignações e tencionando população e poder público a trazer para a ordem do dia essa verdade inconveniente: o caos do transporte coletivo amapaense.
As manifestações públicas estão tendo extrema repercussão e, sem dúvida alguma, estão cumprindo um papel importantíssimo porque gritam em tom de denuncia e revolta em alto e bom som que não mais aceitaremos reajustes incompatíveis com o serviço oferecido e principalmente: reajustes contrastantes com nossa condição social. Importante ressaltar que além dessas ações de intervenções claras e incisivas, também se age por vias judiciais (ação civil pública) e dialogais, como o uso da tribuna da câmara municipal de Macapá, na quinta feira 08 deste mês, bem como a reunião com prefeitura, SETAP e EMTU ainda no dia 07, durante o ato que obstruiu a Av. Fab, centro da capital.
Outro ponto considerável no atual processo que objetiva barrar o aumento tarifário e buscar melhorias substanciais na qualidade do transporte, é justamente seu caráter de permanência. Propostas como a de construção do fórum de debates sobre o tema, enfatizam o lado responsável, consciente e principalmente propositor do movimento estudantil, que a imprensa preocupa-se tanto em esconder.
Esse caráter permanente inclusive demarca esse processo como específico por está diferenciado dos anteriores que lutavam pela mesma causa (não com menos legitimidade ou força de vontade). O que quero dizer, e disso me orgulho por estar fazendo parte dessa construção, é que o movimento estudantil está evoluindo e aperfeiçoando sua atuação e tal evolução representa fatalmente maior credibilidade e chance de acerto que conseqüentemente estão ligadas a melhorias substanciais na vida estudantil e em maior esfera, na vida do povo.
Nesse sentido, reafirmo a importância e grandeza desse processo de resistência e luta por direitos que estamos iniciando. Os gritos e ocupações de vias públicas apenas avisam que muito ainda está por vir caso os patrões mantenham-se irredutíveis em relação à descarada exploração que nos impunham cotidianamente. Estamos suspirando pelas alcovas e combinando no breu das tocas. Cabe o aviso!
“Companheiro, se avanço no combate, siga-me!
Se me detenho, empurra-me!
Se retrocedo, MATA-ME!”
Che Guevara
Carliendell Magalhães
Acadêmico de Geografia da UNIFAP
Militante do Campo Contraponto
Diretor do DCE-UNIFAP
Membro permanente da Comissão Organizadora das manifestações por melhorias no transporte público
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