sábado, 24 de abril de 2010

Geografia de luto X Geografia de luta


por Carliendell Magalhães


Geografia de luto
Às vésperas de uma avaliação da comissão do MEC, o curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP vive um triste cenário. Com um déficit de pelo menos 7 professores, 4 laboratórios praticamente inativos, infra-estrutura aquém das necessidades requisitadas pelo curso, matriz curricular desatualizada e muitos outros percalços, os estudantes e professores agora devem conviver com mais um “fantasma”: o possível descredenciamento do curso junto ao Ministério da Educação.
O sentimento de angústia talvez seja o mais compartilhado entre aqueles que sonham com uma geografia melhor. O curso de Geografia mais antigo e conseqüentemente pioneiro no Estado do Amapá está debilitado e pouco tem a oferecer as gerações futuras ou mesmo à sociedade que está além dos muros da universidade. O momento de reflexão martela nas cabeças de todos. A Geografia não deve tornar-se defasada e muito menos obsoleta aos olhos daqueles que a produzem e aos olhos dos que dela precisam para explicar a realidade complexa hoje instaurada.

Geografia de luta
Mesmo nessa conjuntura adversa e com todas as pressões externas, o colegiado de geografia conseguiu aprovar nesse mês, o novo Plano Político Pedagógico (PPP) do curso. Este por sua vez ainda não é o ideal almejado pela comunidade acadêmica do curso, mas certamente apresenta avanços substancias em relação ao atual PPP. O esforço do colegiado certamente será refletido nas novas turmas que entrarão no vestibular 2011 e nas que hoje estão em funcionamento. As primeiras vão poder contar com novas disciplinas e uma grade curricular atualizada, mesmo que minimamente, além de ter a perspectivas de ver funcionar os laboratórios que servem hoje de depósitos.
A tradição e o compromisso que este curso sempre demonstrou com a sociedade amapaense, apontam para uma tomada de posição vinda principalmente do corpo estudantil diante do cenário desfavorável. Colocar os estudantes na luta por melhorias no curso é papel de cada um que compõe a Universidade Federal do Amapá, e principalmente do Movimento Estudantil, na figura do Diretório Central dos Estudantes e mais restritamente ao Centro Acadêmico de Geografia que sempre manteve uma postura combativa e creio que não é nesse momento que será outra a sua postura. Resgatar essa ciência que tem a peculiaridade de transitar entre o mundo natural e o mundo social, em um estado imaturo e problemático como o Amapá é imprescindível.

"O mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir"
Profº Milton Santos

Carliendell Magalhães
Militante do CAMPO CONTRAPONTO
Estudante do curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia – UNIFAP
Diretor do DCE/UNIFAP

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