segunda-feira, 19 de abril de 2010

2ª Olimpíada de Língua Portuguesa ou mais um mero esforço do MEC em melhorar a educação pública?

Por Romário Sanches

Lendo o artigo do jornal O Globo desta terça-feira, dia 03, sobre a divulgação da 2ª edição da OLP, o Ministro Fernando Haddad explicava o objetivo e a forma de como seria realizada a prova, sendo aplicada aos alunos de ensino fundamental e médio de escolas públicas de todo o Brasil. O objetivo, segundo Haddad, é estimular o interesse pela leitura e escrita entre os estudantes.
Até então, o objetivo se faz nos moldes de uma educação contemporânea, mas, quando o ministro nos diz os seguintes procedimentos, as coisas tomam outro caminho ou nenhum. Pois a prova se trata de uma redação e será diferenciada em ambas séries por gêneros textuais. Eu acharia melhor trocar o nome dessa olimpíada e passar a ser chamada de Olimpíada de redação e não de Língua Portuguesa, porque como vou dispor numa redação a minha verdadeira língua em um papel e com determinado gênero cheio de regras que não me dá liberdade de expor a minha fala?
Tudo bem que eles estejam testando as nossas crianças para o vestibular e concursos públicos, mas, enquanto fazem isso, reprimem-nos do falar espontâneo por não terem pleno domínio das regras gramaticais. Mas quem tem?
Outra, para que esses alunos tenham domínio do gênero indicado, eles passarão a ter oficinas de leitura e produção de texto alguns dias antes da prova. Absurdo isso! Porque só agora? Porque esse incentivo não veio antes? Isso não parece a prática do vestibular em que os estudantes só estudam de “verdade” nos cursinhos pré-vestibular?
Pelo menos em uma das afirmações do ministro eu concordei em que ele diz que “a educação é algo que exige mobilização não só do Estado, mas também das escolas e das famílias”.
Mas ministro, por favor, não faça do OLP mais um ENAD.


Romário Sanches
Acadêmico de História Bacharelado da UNIFAP
Acadêmico de Letras do IESAP
Militante do Campo Contraponto

Nenhum comentário:

Postar um comentário