Por Petter Isackson
Todos os dias, frequentemente, nos deparamos com uma TV ligada, exibindo algum programa, novela, telejornal, etc. Nem nos damos conta de como este simples aparelho pode influenciar nossos pensamentos e nos induzir a reproduzir certas atitudes no nosso cotidiano. Isto não seria grave se não esteve sendo usada uma poderosa psicologia para manipular nosso pensamento.
Vou lhes dar alguns exemplos:
O conceito da palavra crítica é obscurecido pela mídia, que nos dá a entender como sendo algo negativo. O significado da palavra crítica se faz associado ao termo “falar mau de alguém ou alguma coisa”, assim um sujeito crítico, é um sujeito mau visto pela sociedade, pois ele só saber falar mau das pessoas. Sabemos muito bem que crítica trata-se de uma análise, uma reflexão FUNDAMENTADA. Uma pessoa com pensamento crítico sempre analisa os fatos de forma coerente, nunca emite uma opinião precipitada, preconceituosa.
Um sujeito convencido de que ele não deve ser crítico, pois isso é “ruim”, se torna uma presa fácil às falácias da (má) publicidade, às promessas eleitoreiras de políticos, às histórias das novelas, aos paredões de BBB's... Convencido disto, o sujeito acrítico se faz acreditar nas verdades absolutas da mídia. Daí não precisa ser nenhum gênio “pra sacar” que é mais fácil manipular uma pessoa sem atitude e pensamento próprios que uma pessoa que reflete e discute sobre a sua realidade.
Outro exemplo que posso lhes dá é a marginalização ideológica dos movimentos sociais. A imagem destes movimentos sempre é associada à violência, pobreza, vandalismo. Ao se deparar com tais imagens, o cidadão acrítico logo pensa “para quê eu vou me meter nisso? Isso é coisa de doido!”. Mesmo sem saber o porquê daquilo que ele está assistindo. Assim, com esses recursos, a mídia consegue construir uma imagem negativa dos movimento sociais... alguma vez alguém já viu uma emissora de TV apresentar as conquistas de algum movimento social? Faça um teste, pergunte alguém sobre o que ele pensa sobre alguma forma de movimento social, ou melhor, pergunte a um estudante o que ele pensa sobre o movimento estudantil.
Outra contribuição significante para o empobrecimento mental da população brasileira que a mídia nos proporciona é: como se não bastasse criar uma mentalidade acrítica, a mídia impõe que você tenha uma opinião preconcebida sobre tudo. Por exemplo, quem nunca viu aquelas enquetes a lá “Fantástico”, do tipo “queremos saber a sua opinião: você é contra ou a favor de...”. Pois é, não se tem discussão, não há uma reflexão crítica sobre o que acontece ao nosso redor, ou se é contra ou se é a favor e fim de papo, mesmo sem conhecer o assunto o sujeito opina, mesmo sem ler qualquer coisa em relação ao assunto o sujeito já se acha sábio para opinar... isso é mesmo uma tristeza, enquanto os “grandões” deitam e rolam em cima do nosso dinheiro, cá estamos nós preocupados com quem será eliminado nas noites de terça-feira...
Petter Isackson
Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo da UNIFAP
Militante do Campo Contraponto
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