segunda-feira, 19 de abril de 2010

Acertados por engano - Sobre violência urbana

Por Emanuel Mergulhão

Venho, na verdade, apresentar duas recentes situações que me fazem perguntar até quando deixaremos de ser reféns da violência urbana. Procurarei expor brevemente os fatos devido ao sono já vir ao meu encontro também!  : )

Na madrugada do último domingo, o acadêmico de Ciências Sociais da UNIFAP, Márcio Rafael, foi “acertado” por engano, posso assim dizer. Ele e um amigo seu foram agredidos e ameaçados enquanto voltavam para casa de moto. Dois indivíduos (salve engano foram dois) abordaram ambos com uma pick-up, atropelaram-nos, apontaram-nos uma arma e, depois de alguns socos, perceberam que haviam pegado a pessoa errada. Quem conhece o Márcio poderia encontrá-lo na UNIFAP, esta semana, com sinais da agressão por toda a face.

Um pouco antes disso, durante o Carnaval, o acadêmico de Filosofia da UEAP, Ivanildo, popularmente conhecido como Maniçoba, foi assassinado por engano quando saía do seu trabalho ao amanhecer. Maniçoba trabalhava vendendo comidas típicas em festas, daí o seu apelido.

Infelizmente, a política brasileira ainda tenta ver a solução da violência urbana em medidas como a redução da idade penal ou o aumento das vagas nos presídios. Quem sabe, futuramente, até as estatísticas sejam utilizadas para jogar a culpa na escuridão das madrugadas brasileiras.

“Vivemos num mundo onde precisamos nos esconder para fazer amor, enquanto a violência é praticada em plena luz do dia.” (John Lennon)


Emanuel Mergulhão
Acadêmico de Matemática da UNIFAP
Militante do Campo Contraponto

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