Nota de repúdio contra o Pr. Gerson Mattiello, da Assembleia de Deus de Madureira – Macapá

CENTRO ACADÊMICO DE HISTÓRIA – CAHIS/UNIFAP

NOTA DE REPÚDIO

Nós, estudantes da Universidade Federal do Amapá, neste ato representado pelos Centros Acadêmicos abaixo assinados declaramos nosso manifesto de repúdio ao Pr. Gerson Mattiello, Pr. Presidente da Assembleia de Deus – Min. de Madureira diante dos últimos fatos ocorridos nesta cidade de Macapá, Estado do Amapá.

Em defesa dos movimentos democráticos que tomem por base os princípios constitucionais da liberdade de expressão, da liberdade de organização, e todos os demais direitos assegurados pela CF de 1988, não poderíamos deixar de nos posicionar diante da denúncia de corrupção e de coação sofrida pelos nossos companheiros daquela Instituição Religiosa, nas dependências da igreja.

Mediante fortes denúncias de crime financeiro naquela Entidade, tomamos conhecimento que na noite do dia 5 de janeiro do corrente ano, durante formação da nova diretoria da igreja (gestão 2010), todos os membros foram surpreendidos com uma “prestação de contas” totalmente deturpada e incompleta de um extrato bancário correspondente a uma empresa administrada pelo referido pastor, fato este que vinha deixando dúvidas sobre a origem do recurso e sua possível utilização, uma vez que se tratava de movimentação de quantias altas. Durante o culto, assistido inclusive por força policial a pedido do pastor, este por várias vezes se dirigiu aos membros solicitantes da prestação de contas com agressões verbais, tornando estes requerentes à vista de toda a assembleia como conspiradores contra sua função de presidente, ao invés de pessoas que simplesmente procuravam esclarecimentos e a garantia de seus direitos. A presença da polícia foi justificada pelo próprio pastor presidente sob o discurso que “haveria um grupo de pessoas que planejava promover desordem durante a reunião” e que “naquele culto ninguém ia bagunçar, a ordem seria mantida nem que fosse através da polícia”. Além disso, em vários momentos o pastor se utilizou de expressões referentes ao Diabo e ao crime, tais como: “querem me tirar daqui, mas esse Diabo vai ser envergonhado é hoje!” ou “com esse tipo de gente eu não quero nem conversa, só falo com eles se for na polícia ou na justiça” para caracterizar esses possíveis “conspiradores e baderneiros”.

Não bastando todos esses desmandos, o pastor teve a ousadia de tentar depreciar o modo de vida ribeirinho do Amapá, ao afirmar: “esse dinheiro é meu, não tenho culpa se tem gente que fica dormindo numa rede até meio-dia e tomando açaí”, mostrando claramente sua opinião preconceituosa quanto à cultura do nosso Estado.

Nós, estudantes da Universidade Federal do Amapá, não podemos nos calar diante de tudo isso. Não podemos nos omitir ante aos desmandos contra os valores morais e éticos que a própria igreja propaga não só para os seus fiéis como também para toda a sociedade. Tal Instituição Religiosa que deveria proporcionar um ambiente de paz, de harmonia e de respeito ao próximo tem se transformado, devido às atitudes do Pr. Gerson Mattiello, num ambiente de perseguição, autoritarismo, abuso de poder, agressão moral e de hipocrisia diante de tudo o que se diz pregar.

Como, em pleno ano de 2010, após 22 anos da Promulgação da Constituição Federal, ainda presenciamos atitudes ditatoriais, como o uso de força policial para calar lideranças que se opõem à falta de liberdade de opinião? Como se calar diante de tamanha prepotência e repressão contra nossos companheiros assembleianos? Acreditamos que diferente dos companheiros que tem lutado pela transparência na utilização dos recursos daquela Igreja, o Pr. Gerson Mattiello rompeu com a moralidade e agrediu diretamente pessoas que simplesmente sonham com um país em que haja o mínimo de corrupção e o máximo de ética, e que por isso mesmo buscavam ver tais valores dentro de sua própria igreja, visto que os indícios de crime financeiro naquela Instituição são muito evidentes.

Assim, os estudantes da UNIFAP vêm manifestar total repúdio a este ato imoral, antiético e criminoso, bem como solicitar às autoridades judiciais e eclesiásticas medidas punitivas ao Pr. Presidente Gerson Mattiello, uma vez que a denúncia trata-se não somente pela perseguição sofrida pelos companheiros, mas também aos fortes indícios de corrupção e enriquecimento ilícito, fatos que não mancham apenas a Igreja Assembleia de Deus, mas também toda uma coletividade, haja vista que o dinheiro envolvido nesse esquema corrupto também é adquirido através de convênios com o Governo do Estado do Amapá, logo, o nosso dinheiro!

“Em vez de serem apenas bons, esforcem-se para criar um estado de coisas que torne possível a bondade; em vez de serem apenas livres, esforcem-se para criar um estado de coisas que liberte a todos!” (Bertold Brecht)

Assinam a nota:
Centro Acadêmico de História – CAHIS;
Centro Acadêmico de Direito Sobral Pinto – CADISP;
Centro Acadêmico de Ciências Sociais – CACS;
Centro Acadêmico de Matemática – CAMAT;
Centro Acadêmico de Geografia – CAGEO;
Centro Acadêmico de Pedagogia – CAPED;
Centro Acadêmico de Biologia – CABIO.

Fonte: Blog Pravda