quarta-feira, 30 de março de 2011

Mesa de lançamento do 4º EME- Encontro de Mulheres Estudantes da UNE

Nos dias 31 (Quinta) e 01(Sexta-feira) desse mês teremos o lançamento, aqui no Amapá, do IV Encontro de Mulheres Estudantes (EME), que ocorrerá em Salvador/ Bahia - 21 a 24 de Abril, realizado pela Diretoria de Mulheres da União Nacional dos Estudantes (UNE) com objetivo de consolidar o debate feminista e ampliar a luta em combate ao machismo e as diversas formas de opressão sofridas pelas mulheres. 


Na UEAP 
- Mesa de lançamento do 4º EME- Encontro de Mulheres Estudantes da UNE 
Local: Campus I Hora: 18h
Tema:  "Oh! Abre alas que as mulheres vão passar."
Convidadas: Roberta Costa (Diretora de Mulheres da UNE-Oposição de Esquerda, representante DCE UNIFAP, representante DCE UEAP





Na UNIFAP

- Mesa de lançamento do 4º EME- Encontro de Mulheres Estudantes da UNE 
Local: Auditório da reitoria Hora: 17h
Tema:  "Oh! Abre alas que as mulheres vão passar."
Convidadas: Roberta Costa (Diretora de Mulheres da UNE - Oposição de Esquerda, representante DCE UNIFAP, representante DCE UEAP

Venham tod@s!



Para mais informações sobre o EME clique aqui

terça-feira, 29 de março de 2011

28 de março de 1968: assassinato do estudante Edson Luís

Velório do Estudante Edson Luis
O estudante Edson Luís de Lima Souto nasceu em Belém do Pará, em 24 de fevereiro de 1950, e morreu no Rio de Janeiro, em 28 de março de 1968, assassinado pela Polícia Militar durante uma manifestação estudantil no Restaurante Calabouço, no centro da cidade.

Edson Luís foi a primeira vítima da Ditadura Militar nas mobilizações estudantis contra o regime em 1968. De origem pobre, iniciou seus estudos na Escola Estadual Augusto Meira, em Belém, e mudou-se para o Rio para fazer o segundo grau no Instituto Cooperativo de Ensino, que funcionava no restaurante Calabouço.

Na sexta-feira, 28 de março de 1968, os estudantes estavam organizando uma passeata relâmpago para protestar contra a alta do preço da comida no restaurante, o que deveria acontecer no final da tarde do mesmo dia. Por volta das seis da tarde, a Polícia Militar chegou ao local e dispersou os estudantes que estavam na frente do restaurante estudantil. Os estudantes se refugiaram no interior do restaurante e responderam à violência policial com paus e pedras. A reação dos estudantes obrigou os policiais a recuar, deixando a rua deserta. Mas os políciais retornaram em seguida e tiros foram disparados do Edifício da Legião Brasileira de Assistência, provocando pânico entre os manifestantes, que fugiram.

Os policiais invadiram o restaurante e, nesta ocasião, comandante da tropa da PM, aspirante Aloísio Raposo, atirou e matou o secundarista Edson Luís, alvejando-o com um disparo de arma de fogo a queima roupa na região toráxica. Outro estudante, Benedito Frazão Dutra, também ferido a bala, foi levado para o hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu.

Os estudantes conseguiram resgatar o corpo de Edson Luís, o estudante assassinado, e o carregaram em passeata pelo centro do Rio até as escadarias da então Assembléia Legislativa, na Cinelândia (atual prédio da Cãmara Municipal), onde foi velado. A necrópsia foi feita no próprio local pelos médicos Nilo Ramos de Assis e Ivan Nogueira Bastos, sob o cerco da Polícia Militar e de agentes do DOPS.

Do velório até a missa na Igreja da Candelária, em 2 de abril, foram mobilizados protestos em todo o país.

Em São Paulo, quatro mil estudantes fizeram uma manifestação na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Também foram realizadas manifestações no Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade do Largo de São Francisco, na Escola Politécnica da USP e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.


O Rio de Janeiro parou para enterrar o corpo de Edson Luís
No Rio de Janeiro, a cidade parou no dia do enterro. Para expressar seu protesto, os cinemas da Cinelândia amanheceram anunciando três filmes: "A noite dos Generais", "À queima roupa" e "Coração de Luto". Com faixas, cartazes e palavras-de-ordem, a população protestava: "Bala mata fome?", "Os velhos no poder, os jovens no caixão", "Mataram um estudante. E se fosse seu filho?" e "PM = Pode Matar". Edson Luis foi enterrado ao som do Hino Nacional brasileiro, cantado pela multidão.

Na manhã de 4 de abril, foi realizada a missa de sétimo dia de Edson Luís na Igreja da Candelária. Ao término da cerimônia religiosa, as pessoas que deixavam a igreja foram cercadas e atacadas pela cavalaria da Polícia Militar a golpes de sabre. Dezenas de pessoas ficaram feridas.

Outra missa seria realizada na noite do mesmo dia. O governo militar a proibira, mas o vigário-geral do Rio de Janeiro, D. Castro Pinto, a realizou assim mesmo. Cerca de seiscentas pessoas compareceram.

Temendo a repetição do massacre ocorrido pela manhã, os sacerdotes pediram que ninguém saísse da igreja. Do lado de fora havia três fileiras da cavalaria da PM, com os sabres desembainhados, e mais atrás estavam o Corpo de Fuzileiros Navais e agentes do DOPS.

Num ato de coragem, os clérigos saíram à frente, de mãos dadas, fazendo um "corredor" da porta da igreja até a avenida Rio Branco, para que todos os que estavam na igreja pudessam sair com segurança. A cavalaria da PM aguardou que todos saíssem para os encurralar nas ruas mais adiante. Novamente o saldo foi de dezenas de pessoas feridas.

Em 28 de março de 2008, quarenta anos depois, uma estátua foi inaugurada na Praça Ana Amélia, esquina da Avenida Churchill com a Rua Santa Luzia, em homenagem ao mártir Edson Luís.

Fonte: http://www.socialismo.org.br/portal/historia/150-noticia/1929-28-de-marco-de-1968-assassinato-do-estudante-edson-luis 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Jornada de Lutas da UNE no Amapá

Seguindo o calendário de mobilização da União Nacional dos Estudantes por 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-sal para educação, e da defesa da discussão ampla e democrática do Plano Nacional de Educação (PNE) , o Amapá faz sua Jornada de Lutas nos dias 28, 29, 30 e 31 de março e 1º de abril. As atividades acontecerão nos campi I e II da Universidade do Estado do Amapá.
Segue programação:
Segunda-feira, 28/03 - Debate - 16h - Campus ITema: "A universidade que temos e que queremos"Convidados: Reitora da UEPA, Prof. Dra. Maria Lúcia Teixeira Borges; a Presidente do Conselho Estadual de Educação, Vitória Chagas; o senador Rondolfe Rodrigues; e o governador do Estado do Amapá, Camilo Capiberibe
Terça-feira, 29/03 - Debate - 9h - Campus IITema: "Verbas para educação não é gasto, é investimento - Financiamento e estruturação da UEAP”Convidados: Diretório Central dos estudantes da UEAP; Assembléia Legislativa; João Alberto Capiberibe; e a secretaria de Juventude do Estado
Quarta-feira, 30/03 - Ato Público: A Educação tem que ser 10!
Quinta-feira, 31/03 - Debate - 16h - Campus II

-Tema: "Uma universidade a serviço da sociedade - os caminhos da pesquisa e extensão no Amapá"Convidados: Pró-Reitor de extensão da UeaP; Diretório Central dos estudantes da UEAP; Secretaria de Ciência e Tecnologia; e a Secretaria de Desporto e Lazer
- Mesa de lançamento do 4º EME- Encontro de Mulheres Estudantes da UNE 18 hs. Campus I 
Tema:  "Oh! Abre alas que as mulheres vão passar."
 Convidadas: Roberta Costa (Diretora de Mulheres da UNE-Oposição de Esquerda, representante DCE UNIFAP, representante DCE UEAP
Sexta-feira, 01/04 - Debate - 15h - Campus ITema: "Por um novo plano nacional de educação"Convidados: UNE; Pró-Reitora de Graduação da UEAP; Dep. Federal Marcivania Flexa (PT-AP); dep. Federal Evandro Milhomem (PCdoB-AP).

segunda-feira, 21 de março de 2011

As tarefas dos movimentos sociais frente ao novo PNE

Ano de 2011 é o ano do Plano Nacional de Educação (PNE) pro movimento estudantil e educacional como um todo. Depois de dez anos de aprovado o último, o projeto de lei 8035/10 entra no Congresso Nacional, e começa a tramitar este que pretende ser o marco legal da educação pública nacional pelos próximos dez anos.
Para um projeto de Brasil democrático e popular, a importância da educação é enorme. É através dela que pode se armar um povo do seu maior instrumento: sua capacidade crítica. A centralidade estratégica ao desenvolvimento educacional que países como Cuba em sua história socialista, e como Venezuela, Bolívia e Equador em seu período mais recente, demonstra que o caminho da libertação popular e nacional passa seguramente pela educação. Constituir a educação através de um Plano a coloca como objeto de projeto de Estado nacional brasileiro, para além de governos, de ajustes fiscais e crises do capitalismo, e como um bem público e não mercadoria.
O último PNE foi construído ainda na década de 1990, com unidade do movimento educacional no Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública (FNDEP). Porém, contando com grande dificuldade de trâmite no congresso nacional hegemonizado pelos tucanos em 2000, e sofrendo vetos em tudo que era mais estratégico ao desenvolvimento público do setor. Particularmente, a meta proposta pelo movimento social de 10% do PIB para educação, virou 7% no Congresso por força dos conservadores, e recebe veto do à época presidente neoliberal FHC. No Governo Lula, o ajuste fiscal se mantém e nem um terço do PNE é implementado, por aquele que dizia ter educação como prioridade.
Já este PNE que se encontra na forma de projeto de lei não teve até agora caminho menos tortuoso que o último. Não partiu de uma proposta da sociedade civil, mas de uma Conferência Nacional de Educação, organizada pelo governo e sociedade civil, mas hegemonizada pela concepção governista. Ainda assim, o documento final contemplava avanços frente ao que está posto hoje.
Mas para a surpresa de todos, o projeto de lei apresentado pelo MEC não representa várias das formulações da Conferência, sobretudo em relação ao financiamento, que a Conferência aprova 10% do PIB, e o PL apresenta apenas 7%, menos do que defendíamos dez anos atrás, pra daqui a só dez anos. Medida essa que demonstra a adaptação ao ajuste fiscal que permeou todo governo Lula, e que permanece no governo Dilma, evidenciado com o recente corte de R$50 bi.
Previsto para tramitar até o final do ano, esse projeto será extremamente emendado pelos parlamentares, e inclusive entidades como a UNE e a Campanha Nacional pelo Direito à Educação apresentarão suas emendas. Fora isso, inúmeras campanhas, que encontram o eixo comum do 10% do PIB pra educação, serão feitas e devem ser fortalecidas ao longo do debate na sociedade.
Apesar das possíveis mudanças no projeto, sem luta não há avanço. Os movimentos sociais não devem esperar nada desse congresso, e construir pressão social para que o percentual do PIB pra educação chegue aos 10% do PIB, e sejam aprovadas outras emendas, como a retirada das metas do REUNI no projeto, o fortalecimento do ensino presencial, entre outras.
O ano começará com a Jornada de lutas da UNE, de 21 a 25 de março, que dá centralidade ao ponto do financiamento, reivindicando 10% do PIB pra educação. Apesar dos limites que a UNE apresenta na hora de fazer críticas mais contundentes ao governo, visto apresentar um atrelamento que nós da oposição de esquerda da entidade sempre repudiamos, é importante neste momento reconhecer a unidade da pauta. Além disso, na última reunião de sua diretoria plena, aprovou documento contundente sobre o corte do orçamento deste ano. É nesse cenário que o movimento deve incutir o aprofundamento da crítica ao modelo de financiamento das áreas sociais, em contradição ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública da ordem de de 44,9% do orçamento da União, ou R$ 665 Bi. Cabe a nós atacarmos as pautas mais radicais nessa disputa, que os limites do governismo não permitirão.
Acreditamos também na necessidade de rearticulação do Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública. Sabemos que hoje existam substantivas diferenças de opinião sobre a conjuntura entre os antigos membros do fórum, porém a tarefa de dobrar o Congresso não parece mais fácil do que foi outrora. Por isso, unificar o que é possível e lutar por uma hegemonia favorável às mudanças necessárias, mesmo que pontuais nesse processo, será de grande ganho para a sociedade brasileira.
Defendemos também o Plebiscito Popular pelos 10% do PIB pra educação, pra ser construído desde agora. Essa é uma medida que foi muito usada pelos movimentos sociais de forma a suscitar debates, deve ser utilizado nesse momento pra mostrar a opinião dos estudantes e do povo sobre como deve ser financiada a educação pública no Brasil.
Defendemos que este seja realizado de forma unitária no movimento, através de única pergunta sobre os 10% do PIB para educação, a ser realizado no início do segundo semestre de 2011, com o conjunto dos movimentos educacionais ou não, e construído também pelo FNDEP. Vários coletivos do ME já sinalizaram positivamente neste sentido, e precisamos construir esse instrumento nas entidades estudantis, sindicais e populares. O ANDES-SN, em seu congresso atual, incorporou a proposta do plebiscito, e por isso devemos trabalhar prioritariamente em conjunto com os companheiros professores da rede de ensino superior.
Além disso, o mandato do deputado federal Ivan Valente (PSOL/SP) protocolou a proposta de um Decreto Legislativo que crie um Plebiscito oficial para determinar o valor dos 10% do PIB também. É mais um instrumento importante de democracia direta que pode fortalecer nossa tarefa, e deve ser divulgado e construído em comunhão.
E, sempre, é preciso divulgar, lutar, defender, organizar seminários, encontros, palestras, debates e atos no dia a dia das nossas escolas, universidades, locais de moradia, trabalho, religiosidade, cultura, lazer, etc. A luta pela educação pública, gratuita, laica, presencial, e de qualidade deve estar sempre presente, e é fundamental para a disputa de hegemonia que devemos fazer nesse momento.
O envolvimento dos movimentos sociais e populares, e a construção de uma opinião pública favorável ao PNE dessa próxima década, serão fundamentais pra essa vitória. E são basilares na defesa de um projeto de país que aponte pras profundas transformações que o Brasil precisa passar para que seu povo tenha uma vida justa e livre de verdade.

 Vítor Lucena – diretor de movimentos sociais da UNE (oposição) e militante do CONTRAPONTO-RJ.